domingo, 18 de março de 2012

EL CAMINO - The Black Keys


Por Ernesto

The Black Keys é uma banda de dois. Bateria, Guitarra e voz. Mas ouvindo El Camino fica difícil de acretidar. Assim que li isto não acreditei e fui pesquisar. Parece que é verdade mesmo...

Acho que percebi o motivo da desconfiança. Os efeitos eletrônicos. Eles fazem milagres, multiplicam tudo. Vozes, efeitos, palmas. Mas isto não diminui a qualidade do trabalho. Pelo contrário, enriquece.

É um álbum de rock que me remete ao meio oeste americano. E eu não sei porque penso isto, nunca estive lá. Não consigo nem definir o que é o meio oeste americano. Talvez pela capa do disco. Me lembra Little Miss Sunshine, o filme daquela família que atravessa metade dos Estados Unidos pra menina participar de um concurso. 

Estradas americanas e carros antigos. É por isto. Descobri.

São as minhas favoritas:

Lonely Boy é o cartão de visitas. Foi a música, aliás, que nos despertou o interesse pela banda. Abre o álbum em grande estilo. Bastante animada. Riffs maneiros, efeitos de voz. Como todo o disco, parece que o vocalista está cantando com a turma toda.

Dead and Gone tem aquilo que precisa pra ser um sucesso: o começo: “Nana...Nana...Nanana...Nana...ôôô” Pra todo mundo cantar junto! Acho que este é o segredo. Palmas e nanana.

Hell of a Season parece a sequência de Dead and Gone, umas faixas pra frente. Acho que até o nanana cabe igual. Talvez mais rápido um pouquinho, vai. Qualquer dia vou fazer o teste.
 

Nova Baby soa como uma das novas dos Chilli Peppers. Até pela voz. Será por causa do efeito??


Por Doris Borel

Melhor música do CD: Gold on the ceiling

Escute o CD quando: você quiser um rock que te coloque pra cima e faça você se sentir super descolado.

Este é um ótimo cd pra ouvir no carro. Na verdade, quando você o colocar pra tocar, você vai achar que está dirigindo a sua Harley Davidson preta ou o seu antigo Cadillac amarelo claro sem capota em uma estrada sem curvas do interior dos Estados Unidos, o sol do início de tarde está brilhando nos seus óculos escuros Ray Ban modelo aviador e a terra vermelha está queimando dos dois lados da estrada.

Fiquei muito surpresa ao saber que Black Keys é uma banda americana formado por somente duas pessoas (vocalista/guitarra + bateria). Sim, um dupla! E Ernesto descobriu que El Camino foi um antigo lançamento da chevrolet, que é exatamente o estilo do Cadillac que eu imaginei. Se a banda fez intencionalmente, eles conseguiram transmitir a mensagem!

Espere o momento certo e escute o álbum inteiro. Você não vai se arrepender.

E das faixas, eu fiz um filme:

Lonely Boy: Você está se preparando pra sair de casa. Ritual de preparação. Cinto, jeans e jaquetas de couro preta. Bota. O Ray Ban modelo aviador. Você está pronto pra sair de casa.
Gold on the Ceiling: você finalmente entra em seu Cadillac e parte para o seu destino. A estrada está vazia e é início de tarde. Mas o caminho é longo. Só você, a estrada, e seus pensamentos.
Run Right Back: Você entrou no bar. A mesa de bilhar com o lustre irradiando a luz amarela em cima do tecido verde. Você pede o seu shot no balcão. Olhares mal encarados voltados pra você.
Sister: no bar, você encontrou quem estava procurando. E espera o momento certo para se aproximar.
Hell of a Season: você volta para o seu Cadillac. Sozinho. Já é noite. Muitos pensamentos passando pela sua cabeça.
Mind Eraser: Você está no estacionamento, parado ao lado de seu Cadillac, cigarro aceso na mão. O céu estrelado. E a pessoa esperada, inesperadamente, aparece ao seu lado para falar com você. Será que voltarão juntos pra casa? O resto fica por sua conta.

domingo, 11 de março de 2012

KASABIAN - Kasabian



Por Doris Borel

Melhor música do CD: L.S.F (Lost Souls Forever)

Escute o CD quando: você quiser um rock eletrônico pra entrar em outra dimensão

Prepare-se, quando você ouvir este álbum você vai viajar. Kasabian vai levar você para outro planeta, ou para uma balada à noite, em que você vai estar dançando na pista de olhos fechados com a luz negra brilhando em você.  Ou talvez vai fazer você se sentir andando de skate, em uma tarde sem sol. Feche os olhos, ligue o som bem alto e deixe o cd rolar. 

Eu simplesmente viciei. É o primeiro álbum do Kasabian e eu adoro quando a banda arrebenta de primeira.  Ele é um cd que combina mais com a noite, mas dá pra ouvir em qualquer hora do dia. É um álbum que desperta sensações. Exceto pela U Boat (que é a última faixa), gosto de todas as músicas.

Sobre algumas faixas (e as sensações):

Processed Beats: Quando eu escuto essa eu sinto que estou em uma rua vazia, num final de tarde sem sol andando de skate, com direito a camisa xadrez, calça larga e todo o resto.
Reason is Treason: Dançando sozinha na pista cheia, com a luz negra e luz verde brilhando, e o drink na mão.
I.D.: A música começa meio esquisita, mas aguenta que ela vai levar você longe. Viagem pura.
Orange: Expedição à Marte
L.S.F (Lost Souls Forever): Foi através dessa música que eu cheguei no álbum. Em uma versão do Mark Ronson fiquei curiosa pra saber de quem era o original, e voilà. Você vai querer dançar e ouvir a música de novo.
Running Battle: É noite, está frio e estou sozinha na rua, sem saber o que posso encontrar no caminho. Para onde você foi?
Cutt Off: a flautinha é demais e a batida é muito boa. Me se senti num filme!
Butcher Blues: deite no sofá, apague a luz e deixa rolar.

Por Ernesto


Para um devoto do grunge como eu, este “novo” Rock´n´roll nascido nos anos 2000 soa estranho nas primeiras notas. Efeitos eletrônicos, distorções vocais...Muitos enfeites... Eis um sinal dos tempos. Típico comentário de velho. Não há como negar, a música muda assim como o mundo. Sem preconceitos, encaremos o que há de novo.

Kasabian é a trilha sonora perfeita para um thriller policial cult. Sabe aquele roteiro de filme com perseguições, cenas cortadas, efeitos Matrix. Takes noturnos, boates, neon. Fumaça, muita fumaça. Ecos, sirenes. Corra!

Este não é um álbum apenas pra deixar rolar. Deve-se entrar no clima. Mas cuidado se o ambiente não permitir excessos. Você será rapidamente notado. Na mesa do trabalho? Nem pensar! No carro? Arriscado demais.

Se a música tem o poder de transportar o ouvinte pra qualquer lugar, Kasabian é o nosso ônibus espacial. Não se preocupe com a altura, apenas aproveite a viagem. Se tudo der certo a gente volta.

A música eletrônica tem esta qualidade. É capaz de criar atmosferas diferenciadas. Talvez por ativar nosso inconsciente ou por acessar locais no nosso cérebro que não utilizamos no dia-a-dia. Vai saber. E a maneira de unir elementos eletrônicos com instrumentos musicais é a fórmula mágica para que o som não pareça sintético. Neste álbum a banda soube como fazer. Por isto convidamos a todos para ouvirem.

Sobre as músicas do álbum, o objetivo final deste blog:

Club Foot: A abertura do filme. Quando os personagens são apresentados com seus nomes, na vida real, gravados na tela.

Processed Beats: A noite. A boate. O encontro com o chefão do crime. A negociação.

Reason Is Treason: A trama esquenta. Eles descobriram o plano! A perseguição. Primeiro a pé, até o furto do carro. Fuga em alta velocidade.

I.D.: Sob a luz da lua, a surra impiedosa. Eles o alcançaram. Será que sobreviverá?

Como a trama termina? Deixe o som acessar seu inconsciente.

Sirva-se, apague a luz e aperte o play.

domingo, 4 de março de 2012

THE KING IS DEAD - The Decemberists


Por Doris Borel

Melhor música do CD: Down by the water

Escute o CD quando: você quiser ouvir um rock interiorano que acalme o seu final de tarde

Quando Ernesto decidiu montar a banda dele para tocar em seu aniversário de 30 anos eu indiquei Down by the Water pra ele incluir na lista de músicas do show. Pelo fato de ter gaita, a música foi vetada (montar a banda já foi um marco, ter alguém que tocasse a gaita ia ser um pouco demais).

Como eu gostei muito de Down by the Water fui conferir se o álbum todo valia a pena. E a surpresa foi boa! Sabe quando o cd acaba e você se pergunta: mas já? Pra mim foi assim. Fiquei muito tempo pensando em como traduzir a banda em palavras, e talvez a forma mais fácil seja através de algumas características como: o uso de instrumentos menos convencionais (acordeão, por exemplo), o sotaque caipira (que vai levar você pro interior dos Estados Unidos), o toque country que eles fundiram junto ao rock, a forma como as músicas te fazem pensar na vida (mesmo sem saber ao certo o que as letras estão dizendo).

Todas as músicas de The King is Dead foram escritas pelo vocalista dos Decemberists. As letras são mais difíceis de entender, pois ele usa palavras menos comuns e dá pra perceber que ele quer passar uma mensagem em cada uma delas. Sabe quando o professor escolhe uma música pra discutir no curso de línguas que toma a aula inteira e muitas vezes você sai sem saber se a mensagem era mesmo aquela? É mais ou menos isso aí.
Sobre algumas das faixas:

Rise to Me: a melodia é muito boa (categoria das lentas), faz pensar na vida. Gosto da parte "My Darling, my sweetheart", note o sotaque.
Down by the water: é o rock mais animado do cd, uma delícia de ouvir. Dá vontade de cantar junto!
All Arise!: você vai se sentir em uma festa junina ou em pleno velho oeste americano, com direito a camisa xadrez e tudo mais. É meio country, meio rock, bem animadinha.
Dear Avery: essa é mais lenta e a batida é bem country. Encerra o álbum com chave de ouro.
 
Por Ernesto

Um álbum de violões. Tá certo, tem gaita, acordeon, uma guitarrinha aqui outra ali, outros instrumentos de corda. Mas é um álbum de violões. Pra quem toca, pra quem gosta. Naquele estilo em que todo mundo canta de pé, balançando a cabeça pra lá e pra cá. Até os que ficam sentados acompanham com o pé. E tocam os seus violões, é claro.

Esta é a imagem que tenho das músicas, na medida em que elas vão passando na vitrola. Umas mais animadas, pra cantar com os amigos na sala da casa de campo (e eles seguido nas palmas!). Outras mais lentas, pra tocar sozinho no quarto, com a porta fechada. Não importa o público, em The King is Dead temos uma companhia. O violão. E a gaita, vai. Para os que se sentirem solitários.

Confesso que em dois ou três momentos, ouvindo as músicas, a imagem do The Corrs apareceu na minha mente. Foram flashes apenas, mas me assustei um pouco. Menos com as moças irlandesas da banda, que são bem bonitas por sinal, e mais com a lembrança sonora. Foi automático. Não tive como evitar. Mas passou. A impressão passa. Basta continuar tocando o violão.

Down by the water, pra mim a melhor do álbum, é daquelas músicas que dá vontade de aprender a cantar e a tocar. E chamar todo mundo pra cantar junto, em coro. Deve ficar muito bonita com muita gente cantando junto. Só de ouvir na gravação as duas vozes juntas já dá uma ótima impressão.

June Hymn e Rise to Me seguem, por ordem, na lista das preferidas. Obviamente que as lentas teriam um grande destaque. Ainda mais no violão. Fica bem bonito. E combinam com as gaitas.

Ta aí uma boa combinação. Os Decemberists descobriram e fizeram um álbum que vale a pena ser ouvido. E acompanhado. Por isto não se acanhe. Pegue seu violão, a sua gaita, e venha para a festa.