domingo, 16 de setembro de 2012

SEMPRE LONTANO - Nina Zilli



Por Doris

Durante muito tempo eu procurei uma boa banda ou cantor italiano. E foi sem querer que descobri Nina Zilli no rádio (e, como sempre, via Soundhound). Quem me conhece sabe que eu adoro o Eros, mas eu e Ernesto não chegamos em um acordo de álbum dele para publicar aqui no blog. Pois bem, no meu rotineiro trajeto de volta pra casa lá estava Nina Zilli no rádio com seu hit Baccio d' a(d)Dio. E, para minha surpresa, ao ouvir o cd todo descobri que todas as músicas são boas. Bingo!

Sempre Lontano é um daqueles álbuns que toma conta do ambiente. Dá vontade de aprender todas as letras pra cantar junto, é contagiante. E, caso você esteja aprendendo italiano, é ótimo para praticar seu aprendizado, ela soletra muito bem todas as palavras da música.
 

Um paralelo: Uma das minhas recordações de infância é a minha mãe ouvindo Datemi un Martello da Rita Pavone na cozinha. Quando ouvi a Nina Zilli pela primeira vez me lembrei dela. As músicas da Nina são bastante animadas e tem um toque mais contemporâneo. Se você animou com Datemi um Martello, prepare-se para voltar ao salão de baile com Nina Zilli.

Sobre as faixas:

50mila: tem a participação de outro cantor italiano. Perché questo dolore, è amore per te! Eu e Ernesto até cantamos juntos algumas partes.
Il Paradiso: Sensação de caminhada em uma manhã de sol. L´amore non basta mai!
L'Uomo che amava le donne: Adoro cantar junto com ela Solamente tuuuuu
L'Inferno: bailinho antigo.
Penelope: agora você vai pra praia. Estilo reggae, em italiano. Aposto que você nunca viu isso antes. Uiê!
L'amore verrà: Sim, você já ouviu essa música, não é impressão. É a versão italiana da música You Can't Hurry Love
Baccio d' a(d)Dio: baladinha, mais calma. Boa demais!
C'era una volta: essa também é do bailinho. Ela começa um pouco esquisita, mas é ótima! Faça o backing vocal com ela: Non c'è più
Come il sole: Carregado de dramas e emoções. Balançando o pezinho com a música.
Tutto Bene: Pra dançar na pista (do bailinho, claro)
Bellissimo: última música, estilo mais triste. Só sinta a emoção.

Por Ernesto

Itália! Ah, a Itália...

Uma grande família, o almoço de domingo, as discussões à mesa, os programas de auditório. E Nina Zilli! Da pra imaginá-la no programa do Zaccaro cantando seus sucessos em playback e a plateia acompanhando nas palmas. Nada mais italiano!

Desde nosso tour por lá esperamos um álbum da terra da bota pra comentar. Tentamos com o clássico Eros,  a velha Rita Pavone e o novato Tiziano Ferro. Já estava duro de ouvir. Que eles não nos ouçam (ou leiam) mas música não parece ser o forte deles.

Mesmo assim não desistimos e descobrimos ela: Nina Zilli! Sempre Lontano é um álbum divertido e vale a experiência de ouvir. As letras em italiano soam familiares. Algumas partes dá até pra cantar junto. E as melodias são animadas. Tem o pop, o reggae, a romântica, a regravação. Até em inglês. Um disco pra toda a família. A grande família italiana.

Do disco valem ser destacadas 50mila e C'era una volta, típicas do programa de auditório, com dançarinas atrás. L'amore verrà, que eu já tinha ouvido com o Phill Collins mas descobri que é mais velha ainda. E, é claro, o reggae italiano Penelope. Jah, ma che!

Aperte o play e viaje pra lá!

domingo, 22 de julho de 2012

BORN AND RAISED - John Mayer



Por Ernesto

Quando me pediram para descrever Born and Raised em um palavra, não hesitei: Tranquilo. É assim que o álbum soou para mim.

Conheci John Mayer numa das minhas inúmeras voltas na FNAC, meu banco de investimento dos anos 2000. Lá havia um CD em destaque, como “nossa preferência”. Acabei levando pra casa a peça. E gostei, viu. Aquele era “Room for squares”, o primeiro do cara. Ouvi muito, tinha uma levada pop suave, simples e até certo ponto ingênua. Aquilo tudo me agradou bastante. Dali em diante Mayer virou uma referência para buscas futuras. Descobri que o cara era um grande guitarrista, que curte muito um blues, e que já havia tocado com grandes mestres, como Buddy Guy e Eric Clapton.

Mas, como sabemos, o pop não poupa ninguém. Da ingenuidade do primeiro álbum, o cara virou meio que badboy no segundo disco. Pra piorar, quis virar galã no próximo. Enfim, se perdeu geral. Pelo menos pra mim.

Eis que me deparo com seu novo álbum neste ano. E agora, o que fazer?? Ouvir, porque não?! E olha, que boa surpresa!

O álbum soa como um retorno às origens, mas sem a ingenuidade do primeiro álbum. As canções trazem a simplicidade perdida nos demais álbuns e adiciona a ela o vigor de quem sabe muito bem o quer de suas músicas. Melodias simples, instrumentos que complementam a voz do cantor. Enfim, é um disco maduro.

Não esperem um disco de grandes sucessos. Mas nem só de grandes sucessos vive a música. É mais um daqueles pra deixar rolar na vitrola e relaxar. Ele passa despretensioso...e tranquilo.

Por Doris

Quem me conhece sabe que eu não sou uma grande fã do John Mayer. E a razão disso é a mania irritante que ele tem de dar uma desafinada estranha enquanto canta, mania esta que para mim virou marca dele, já que praticamente todas as músicas conhecidas dele tem essas passagens. Irritação. Pois bem, parece que alguém deve ter dado um toque pra ele e, pra nossa alegria, ele deixou essa mania de lado e nos trouxe um álbum mais maduro. Born and Raised é mais country e menos comercial.

Não é meu álbum predileto dos que escolhemos até agora, mas é gostosinho de escutar. É daqueles que não atrapalham o ambiente e até dá uma acalmada nos ânimos. Se você gosta e conhece o John Mayer vai notar a diferença destas músicas comparando com as outras dele. E se você não conhece, pode ser a oportunidade de conhecer um artista em uma fase menos comercial, o que não implica em músicas de menor qualidade. Se quiser algumas sugestões, comece com Queen of California, Shadow Days e Born and Raised, são as minhas preferidas.

terça-feira, 17 de julho de 2012

YELLOW BRICK ROAD - Sabrina Starke




Por Ernesto

Sabrina Starke: mais uma da série Cantoras negras que amamos: Rox, Estelle, Janelle. Não se pode negar, elas têm o suingue!

Sabrina vem do Suriname. Sim. Aquele país que também faz divisa com o Brasil mas que a gente nunca lembra. Pois é, lá também tem som. E dos bons.

Yellow Brick Road é o álbum de estreia de Sabrina, lançado originalmente em 2008 mas relançado em 2009... Isto foi o máximo que eu consegui entender do site em holandês que o google trouxe como referência. Mas tudo bem, o resto é com o disco mesmo.

Talves vocês já tenham ouvido Do for love. Esta chegou a tocar no Brasil e serviu como apresentação da moça. É um bom cartão de visitas mas eu, particularmente, prefiro quando ela solta a voz, como em My King ou Yellow Brick Road, por exemplo. Acho que neste tipo de canção a intérprete mostra todo seu talento e, neste caso, não é diferente.

Como outros destaques, Foolish e You are my Love, que é uma daquelas pra dançar com o braço junto ao corpo, sabe. De pé, um passo pra lá, outro pra cá. Aliás, como são boas as músicas que nos remetem ao auge da black-music, não? Um viva aos anos 70!

Se você já ouviu e gostou das demais, apresentamos e recomendamos Sabrina. Se não gostou, experimente novamente.

Agora, se não gostar de novo...Desista.

Por Doris

Melhor faixa do álbum: Second Class Wowan

Da saga Descobertas do Soundhound veio Sabrina Starke. Momentos de tensão entre, ouvir a música no rádio do carro, descobrir que você não sabe quem canta, mil tentativas de clicar no Soundhound até ter êxito depois de já ter clicado em todos os outros aplicativos possíveis e, pra ajudar, o farol não fecha de jeito nenhum, por mais que você já tenha feito mil pedidos aos deuses. Mas, no finalzinho da música, consegui e lá estava ela com seu hit Sunny Days. Chegando em casa, imediatamente entrei no Grooveshark pra dar uma conferida no cd. Como o álbum de Sunny Days não estava completo, ouvi o Yellow Brick Road, que estava completinho. E, que delícia de cd! Depois ouvimos também o álbum Bags & Suitcases, que é o que tem Sunny Days, mas eu gosto muito mais do Yellow Brick Road.

É um álbum leve e alegre. E ela tem uma voz ótima. Gosto de todas as músicas! Aumente o volume e curta o som.

domingo, 1 de julho de 2012

THE ARCHANDROID - Janelle Monáe




Por Doris

A descoberta de Janelle veio sem querer no Rock in Rio, quando de repente no palco principal ela estava lá cantando aquelas músicas do rádio que eu tanto gostava. E, para fechar a noite com chave de ouro, ela cantou Always junto com o grande Stevie Wonder. Foi mágico!

E assim, fomos buscar o álbum. No começo ele parece meio estranho, mas depois você começa a entender que ela quis fazer como uma trilha sonora de um filme. O cd tem uma mistura de ficção científica com contos de fadas. Para mim poderia ser a trilha sonora de  um filme misturando Alice no País das Maravilhas com a Fantástica Fábrica de Chocolates e Matrix. É um álbum interessante, mas bastante longo, tem 18 faixas. Sugiro que você tenha tempo disponível para ouvi-lo inteiro, caso contrário é provável que você não goste muito.

As minhas preferidas
 
Locked Inside: pra dançar sozinho na pista
Sir Greendown: momento romântico do filme
Cold War: a hora da vingança!
Tightrope: ótima para atividades aeróbicas. Muito animada! Acho que essa é a mais conhecida.
Oh maker: momento solitário de reflexão do protagonista do filme
Mushrooms and Roses: faz você entrar no conto de fadas. Cuidado com o coelho do relógio.
Wondaland: quando tudo começa a fazer sentido

Por Ernesto

Janelle Monáe. O nome soa francês, mas a moça é americana. Tivemos a oportunidade de vê-la, meio que sem querer, na noite de Stevie Wonder no Rock In Rio de 2011. Foi marcante. Primeiro porque ela era meio desconhecida do grande público. Apesar de já ter passado pelo Brasil acompanhando a turnê de Amy Winehouse, ela não tinha um histórico para qualificá-la para o palco principal. Se bem que tinha uma tal de Ke$ha depois dela, no mesmo palco. Meu Deus, que moça terrível!

Enfim, desconhecido por desconhecido, Janelle mostrou um desempenho que surprendeu. O povo todo curtiu sua animação e presença de palco. Bela voz, apresentação com muita energia e vibração. Ela até chegou a subir no palco para acompanhar Stevie no final daquele dia. Inesquecível.

Daquele momento surgiu nossa curiosidade. Vamos atrás do álbum dela, então. Eis que apresentamos The ArchAndroid.

Ouvi, ouvi, ouvi. É complexo! Difícil de classificar. Tem desde músicas pop, sucessos comerciais como Tightrope e Wondaland, até umas viagens meio sem sentido, que não dão pra entender.

Conversando com Dóris, ela me descreveu este como um álbum de fantasia. Imaginei uma coisa misturada entre Tim Burton, Michael Jackson e David Bowie. (toque feminino acho que os três têm. Então não precisamos adicionar isto na mistura...)

The ArchAndroid tem um pouco das três figuras mesmo. A primeira vista a mistura parece ótima, mas pra mim dificultou o entendimento do disco. Ele fica, em algumas partes, meio cansativo. Uma pena, porque Janelle tem muito talento. Isto fica claro quando ela simplesmente se põe a cantar, como em Neon Valley Street ou Say You´ll Go. Melodias bonitas e com belos arranjos. Simples assim. Tomara que ela descubra este segredo.

Ouçam, mas torçam pelo próximo!

domingo, 10 de junho de 2012

EVO JE BANJA - Goribor



Por Doris Borel

Melhor música do CD: Prati i cuti

Escute o CD quando: você quiser um rock alternativo meio do submundo (e que você não se importe de não entender nada do que está sendo dito nas músicas)

Acreditando que todo país deve ter algum artista com música boa que não esteja no foco internacional, procuramos algum na Croácia durante a nossa última viagem. Mas, para nossa surpresa, o que mais tocava nos restaurantes era Eros Ramazzotti e, algumas vezes, até Michel Teló. Em Split, entramos em uma loja de cds e começamos a nossa busca... olha aqui, fuça acolá e nada de saber o que poderia ser bom. Para não sair comprando um monte de cds ruins, Ernesto pediu para o atendente da loja nos indicar algum cantor/banda croata que fosse boa, de sucesso local. Bom, ele escolheu um cd caro (cerca de 40 reais) e colocou Goran Karan para tocar. Eu já notando que Goran Karan não tinha agradado Ernesto, fiquei só esperando para ver se ele iria comprar o cd ou não (pra não ficar chato, sabe como é). Mas, ele definitivamente não gostou e não levamos nada: "Pô, Goran Karan não dá!!!"...hahaha. Bom, em Zagreb, continuamos não achando nada, mas eu notei que em todas as lojas de cd tinha o anúncio do lançamento de um que tinha um garfo na capa. Tentei gravar o nome e só me lembrei de "Goribor". Quando estávamos na Eslovênia, já no hotel, procuramos Goribor no Youtube para ouvir e...voilà. Mas, a nossa descoberta maior foi: Goribor é uma banda da Sérvia e não da Croácia. Talvez por isso o atendente da loja não tenha apresentado Goribor para gente... Bom, decidimos então trazer algo da antiga Iugoslávia pra vocês, já que visitamos a Croácia, Eslovênia e até cruzamos a fronteira da Bósnia. E eu tenho me perguntado: será que Djokovic gosta do Goribor?

Evo je Banja é um álbum com dois cds de 8 músicas cada. O vocalista canta de um jeito bem particular, meio que sussurando. Como eu não entendo nada do que ele diz, fico só imaginando o que ele tá falando... talvez protestando sobre alguma coisa, reclamando da política, das marcas da guerra... maior viagem. Uma coisa ou outra eu acabo traduzindo no google tradutor, mas a música inteira é bem difícil, também porque a letra é meio difícil de encontrar. Mas talvez seja melhor nem saber o que ele tá dizendo... aumentem o som e curtam Goribor.

Sobre algumas das faixas:

Voznjica: primeira música do CD1, instrumental. Já dá o tom do estilo de música que você vai ouvir. Não tenha pressa, pois a música é longa.
Burle: começa com uma batida meio estranha, mas é boa essa! e dá-lhe sussurro.
Kisa: quando escuto essa música me sinto em um daqueles bares com iluminação fraca, à noite. Vá para o balcão e peça a sua bebida.
Moje Misli: meio matrix, meio nave espacial. Gosto! Vou procurar saber o que ele está falando pra tentar cantar junto.
Pocetka: eu gosto muito de duetos e essa música é a segunda melhor do álbum pra mim! Goribor só nos sussurros.
Svi ti Ljudi: essa música é péssima, chega a ser engraçada. Ele fala mil vezes a mesma coisa! Virou motivo de piada aqui em casa.
Ti i ja: imaginei certo, 'ti i ja' é "você e eu". e parou por aí minha compreensão da música...hahaha. Música muito longa, gosto médio dessa.
Uzalud se Budis: essa dá até pra dar uma dançadinha na pista. Mas ele também repete muitas vezes a mesma coisa.
Ljubavi moja: parece que estão caindo bombas, música estranha! Parece que ele tá sofrendo muito. Parece que ele diz: "eu vou-me embora, emboraaaa"...hahaha. Mas na verdade "Ljubavi moja" é "meu amor" segundo o Google tradutor. Tô achando que o Goribor é uma banda romântica.
Niko nije kriv: gosto dessa. animada, bom ritmo! E quer dizer "ninguém para culpar" (tudo segundo o Google Tradutor, vale lembrar)
Prati i cuti: foi por causa dessa música que nos interessamos mais pelo Goribor. Mais devagar, parece um mantra... muito boa.
Uziman: essa é aquelas que eu chuto que fale sobre a guerra, ou esteja passando alguma mensagem subliminar. Pro Ernesto já virou 'Lucimar'...hahaha
Tren: também gosto dessa. Mais estilo som ambiente.
Ne racunajte na nas: que quer dizer "não conte com a gente". Ele dá um tom de sofrimento, mais estilo deprê. Mas eu gosto dessa também!
 
Por Ernesto

No último mês de maio estivemos em jornada nos Balcãs para descobrir os mistérios desta região tão particular da Europa. Obviamente que não podíamos deixar de pesquisar algum som característico da região. Vendedores de discos apresentaram-nos Goran Karan, uma espécie de José Augusto croata. Agradecemos. Depois deste incidente preferimos pesquisar por conta própria e encontramos Goribor. Ufa!
 
Não que esta seja uma banda fundamental na sua discoteca. Tampouco Evo Je Banja é o álbum do ano de 2012. Mas é curioso ouvir rock sérvio. E até agora eu estou tentando compará-lo com algum outro som. Tá difícil. Deve ser pelo idioma...
 
É curioso não entender absolutamente nada do que o cantor fala. A gente fica viajando no som tentando captar o sentido da letra pelo ritmo. Com o tempo dá até pra arriscar umas frases pra cantar junto: em Moje Misli (“Meus pensamentos”, pra você que não fala a língua), por exemplo, tenho o refrão:
 
“DINEJNAS DINEJNAS SKATA A MOJE MISLI LOBES BELE”
 
Tirei de ouvido. Tô aprendendo a língua. E até dá pra imaginar os pensamentos martelando na cabeça do cantor. Com este refrão isto fica claro. Falaí.
 
A música é boa, a propósito.
 
Početka (“Começo”, com este acento estranho mesmo) é uma bela canção. Um dueto, no qual nosso cantor repete as falas da moça. Achei bela porque é lenta e em dueto. E pela mensagem, também.
 
Sem falar na melhor. Prati i ćuti. Um blues sérvio. Puro. 
 
Legal mesmo é ouvir as músicas com o nome escrito do lado e tentar descobrir em que momento o cantor vai falá-lo. Fica a dica pra quem tiver curiosidade. E tempo.

domingo, 15 de abril de 2012

BELLE & SEBASTIAN WRITE ABOUT LOVE - Belle & Sebastian


 
Por Doris Borel


Melhor música do CD: Sunday´s Pretty Icons

Escute o CD quando: você quiser acalmar a alma (profundo!). Mas, se você estiver numa fase deprê e não quiser curtir fossa, evite.

Talvez você ache estranho a forma como eu vou começar este post, mas neste álbum já adianto que tem três músicas que não gosto, e pra piorar, duas delas são as primeiras faixas do Write About Love (o que deixa o cd pouco convidativo). Então, por que ele entrou no blog? Bem, como você já deve imaginar a resposta, as outras músicas valem bastante a pena. Não gosto de I didn´t See it Coming, Come on Sister e I´m not living in the Real World. Sei lá, sabe música sonsa? Mas não se deixe influenciar, escute as músicas e veja se você concorda comigo ou não. Afinal de contas, gosto é sempre muito particular.

Belle & Sebastian capricha bastante nas mais lentas. Acho que é onde eles se encontram nas músicas. Mas eles também tem um bom repertório das animadas mais contidas (que anima o espírito, mas o corpo nem tem vontade de se mexer... classificação minha, claro). O que eu gosto bastante deles é que sempre tem uma mistura de voz masculina com feminina, seja como dueto ou como segunda voz. Na primeira metade do álbum você vai encontrar mais músicas lentas e na segunda mais animadas contidas. Nós até chegamos a ouvir outro cd deles, mas de longe, esse é muito melhor. Escute e veja se você aprova. Eu gosto muito!

Sobre algumas das faixas:

Calculating Bimbo: lenta no seu melhor.
I want the world to stop: foi através dessa música que chegamos no cd. Gosto bastante, é do grupo das animadas contidas.
Little Lou, Ugly Jack, Prophet John: Nessa, eles trouxeram a Norah Jones pra cantar junto. Se você conhece a Norah Jones, já pode imaginar a pegada da música. Categoria das lentas, claro.
Write About Love: bem animada, talvez a mais animada do álbum todo. Essa até dá vontade de dar uma dançadinha. Dueto! Essa eu sempre canto junto quando tô ouvindo no carro.
The Ghost of Rockschool: Vento da primavera batendo no rosto!
I can see your Future: Das animadas contidas, essa até dá vontade de balançar o pezinho...hahaha.
Sunday´s Pretty Icons: pra fechar com chave de ouro.

Por Ernesto

Belle And Sebastian sempre foi um nome que ouvi com certa desconfiança. Músicas estranhas para um povo místico, eu pensava.  Não sei se pelas capas dos CDs, pelo nome do conjunto ou pelo fato de não conhecer ninguém que gostasse. Sem ouvir eu os associava a Bjork, não sei o porquê. E Bjork, convenhamos, não dá! Na dúvida era melhor não arriscar.

Entretanto, nos intensos trabalhos de pesquisa para nossas publicações, deparamo-nos com esse desafio: ouvir e comentar Belle And Sebastian. Fui até atrás de conhecer um pouco da história. Descobri que o primeiro álbum desta dupla de escoceses foi resultado de um trabalho de conclusão de curso. Interessante. Eram boas credenciais. Vamos ouvi-los.

Write About Love confirmou minha expectativa, apesar de ser um pouco mais animado do que eu imaginava. Por vezes até dá pra dar aquela balançadinha na cabeça. Não sei se neste momento da carreira eles estão mais animados. O mundo todo parece estar mais animado.

Até pensei em procurar os álbuns mais antigos pra tentar confirmar a minha impressão.

Talvez em outro momento.

Come on Sister tem uma parte legal. É divertida. I want the world to stop até tocou no radio. Bacana. Little Lou, Ugly... tem a Norah Jones. Uma boa, das lentas. Write About Love é um Iê Iê Iê moderno. Interessante.

Mas não sei. Os arranjos me lembram um pouco canções do Amado Batista.
 
Amado Batista e Bjork! Belle And Sebastian.

Não tenham medo. Ouçam.

domingo, 8 de abril de 2012

GOOD THINGS - Aloe Blacc



Por Ernesto

Good Things
é uma viagem ao passado. Aos anos 70, mais precisamente. Vozes, melodias, instrumentos. Em vários momentos ao longo do álbum a lembrança daquele tempo é instantânea. Os anos de glória da música negra. Grandes intérpretes, grandes grupos. Motown. É isto, um álbum que poderia ter sido lançado pela clássica gravadora de Detroit. Ele tem aquela soul-music bem característica, que identificou toda uma geração, de The Temptations a Marvin Gaye.

Obviamente que o fato dele ter sido lançado em 2010 apresenta-se incorporado em algumas faixas de sonoridade mais moderna como Life So Hard, por exemplo. 

As guitarras são muito bem marcadas em todo o álbum. E muito boas também. Sem exageros, o que é ótimo. O wah-wah é o companheiro quase inseparável delas.

O álbum começa com I need a dollar, o primeiro single e que, aparentemente, fez o maior sucesso comercial de todas as músicas. Mas vale ser ouvido pelas demais:

Take me Back tem uma batida de filme policial dos anos 70. Em You Make me Smile a batida característica soma-se à metaleira no refrão. Politician tem uma introdução que poderia ser muito bem o tema de Chips: “Policiais americanos em suas poderosas motos, arrancando suspiros das adolescentes”.

Femme Fatale é daquelas bem bonitas. Bonita e sensual. Dá pra imaginar a cena. A dama caminhando por entre a fumaça do gelo seco. O vestido balançado. E a rapaziada toda babando.

Um disco de soul music sem excessos no qual todas as faixas passam agradavelmente. Coloque na vitrola e deixe rolar.

Por Doris Borel

Melhor música do CD: You Make me Smile

Escute o CD quando: você quiser voltar no tempo das calças boca de sino

Talvez você nunca tenha tido aquelas calças boca de sino de veludo coloridas, mas se olhar o álbum de fotografias dos seus pais vai entender do que eu estou falando (bom, tudo vai depender do ano que você nasceu, claro). Camisa estampada semi aberta, talvez um colar dourado pendurado no pescoço, calça boca de sino de veludo verde musgo, e claro, o penteado do momento. Gosto de álbuns que levam a gente para uma época diferente, mesmo que nem seja uma época do nosso passado. O curioso é que esse álbum foi lançado em 201o e Aloe Blacc nasceu em 1979. Talvez ele seja daqueles que se sinta deslocado no tempo, que nasceu no ano errado. De qualquer forma, ele deu um jeito de voltar ao passado, com a batida e estilo dos anos 70.

Mas não se engane, Good Things não é álbum anos 70 de ir pra pista, é mais som ambiente mesmo. Eu gosto de ouvi-lo quando estou cozinhando. E recomendo!

Sobre algumas das faixas:

I need a dollaré uma das mais conhecidas do cd, talvez você já tenha ouvido essa no rádio. É boa! Hey, hey.
Goods Things: o efeito da guitarra que dá o tom da calça boca de sino, quando você ouvir, vai entender o que eu estou dizendo
Take me Back: nessa eu imagino a gangue andando pela cidade, com a calça e estilo que eu descrevi ali em cima. Lord, Take me Baaaaaaaaaaack
You Make me Smile: essa música é uma gracinha! De amor incondicional, como ele mesmo diz na letra.  
Politician: Música papo cabeça, com ritmo e batida bons. Gosto bastante dessa, recomendo.
Momma Hold my Hand: Essa é mais lenta, mas eu gosto muito. Relação de mãe e filho, em diferentes momentos da vida. Bonita letra, bom som!
Hey Brother: essa é muito anos 70. De novo o efeito da guitarra!
Green Lights: feche os olhos e sinta a música. Ainda que não seja uma daquelas músicas super animadas de ir pra pista, dá vontade de dar aquela dançadinha, sentado mesmo.
Miss Fortune: essa é mais puxada pro hip hop, mas também tem um "q" de reggae. Não sei porque, mas eu gosto! É o meu lado black falando mais alto... hahaha.

domingo, 1 de abril de 2012

SHINE - Estelle



Por Doris Borel

Melhor música do CD: American Boy

Escute o CD quando: você quiser um black leve pra não agredir e ao mesmo tempo animar o ambiente
O cd é black. E Estelle tem a voz doce. Conseguiu imaginar? O álbum é animado e ao mesmo tempo leve, uma delícia de ouvir. Muito provavelmente você já ouviu algumas das músicas no rádio, e, se você gosta das que foram sucesso no rádio também vai gostar das outras faixas. Deixe o seu lado black te levar. Super recomendado!

Sobre algumas das faixas:

Wait a Minute (Just a Touch)Pra dançar na pista!
No substitute Love: essa fez sucesso no rádio. Para mim também foi revelador saber que era Estelle quem cantava essa música. Adorei! Pra ouvir no carro indo pra praia.
American Boy: Sabe aquela música que mesmo depois de anos você continua gostando? É essa. A batida é muito boa, pra dançar também. Pode ser no meio da sala, não se envergonhe!
More than friends: delícia de música! É mais lenta, deixa rolar.
Magnificent: essa é quando você já está chegando na praia, alegria! Sabe quando o seu pé ou a mão dança junto com a música? Quando você esperar vai estar com o pé balançando pra lá e pra cá.
Come Over: agora você está no quiosque, embaixo do guarda-sol esperando sua caipirinha chegar.
Back in Love: "you´re exactly what I needed in my life". Precisa falar mais?
You are: E, quem Estelle trouxe pra cantar com ela? John Legend, que eu adoro.

Por Ernesto

Quem é Estelle? Aquela lá, do American Boy, que tocou e ainda hoje toca na rádio. Poxa, fala a verdade: quem não reconhece esta canção? E mais, quem não acompanha a letra, mesmo que seja com o tradicional "nãnãnã"? Eu acompanho até os "verso" do Kanye West, que faz dueto com a moça!

Será que o Kanye West é o American Boy da Estelle? Ela é de Londres, ele dos EUA...Pensei isto agora. Preciso estudar os "verso" dele pra ver se descubro.

Enfim, Shine é uma grata surpresa porque não acaba só com American Boy. Aliás, a segunda música do disco, No substitute Love, também já foi sucesso de rádio. Além destas destaco Come Over e, é claro, a lenta Back in Love.

Bom repertório aliado a uma bela voz fazem deste disco uma boa pedida para os apreciadores do R&B, que neste caso se apresenta com um leve sotaque.

Muito bom para um álbum de estreia. Autêntico e sem exageros. Por isto vale a pena ser conferido.  

domingo, 18 de março de 2012

EL CAMINO - The Black Keys


Por Ernesto

The Black Keys é uma banda de dois. Bateria, Guitarra e voz. Mas ouvindo El Camino fica difícil de acretidar. Assim que li isto não acreditei e fui pesquisar. Parece que é verdade mesmo...

Acho que percebi o motivo da desconfiança. Os efeitos eletrônicos. Eles fazem milagres, multiplicam tudo. Vozes, efeitos, palmas. Mas isto não diminui a qualidade do trabalho. Pelo contrário, enriquece.

É um álbum de rock que me remete ao meio oeste americano. E eu não sei porque penso isto, nunca estive lá. Não consigo nem definir o que é o meio oeste americano. Talvez pela capa do disco. Me lembra Little Miss Sunshine, o filme daquela família que atravessa metade dos Estados Unidos pra menina participar de um concurso. 

Estradas americanas e carros antigos. É por isto. Descobri.

São as minhas favoritas:

Lonely Boy é o cartão de visitas. Foi a música, aliás, que nos despertou o interesse pela banda. Abre o álbum em grande estilo. Bastante animada. Riffs maneiros, efeitos de voz. Como todo o disco, parece que o vocalista está cantando com a turma toda.

Dead and Gone tem aquilo que precisa pra ser um sucesso: o começo: “Nana...Nana...Nanana...Nana...ôôô” Pra todo mundo cantar junto! Acho que este é o segredo. Palmas e nanana.

Hell of a Season parece a sequência de Dead and Gone, umas faixas pra frente. Acho que até o nanana cabe igual. Talvez mais rápido um pouquinho, vai. Qualquer dia vou fazer o teste.
 

Nova Baby soa como uma das novas dos Chilli Peppers. Até pela voz. Será por causa do efeito??


Por Doris Borel

Melhor música do CD: Gold on the ceiling

Escute o CD quando: você quiser um rock que te coloque pra cima e faça você se sentir super descolado.

Este é um ótimo cd pra ouvir no carro. Na verdade, quando você o colocar pra tocar, você vai achar que está dirigindo a sua Harley Davidson preta ou o seu antigo Cadillac amarelo claro sem capota em uma estrada sem curvas do interior dos Estados Unidos, o sol do início de tarde está brilhando nos seus óculos escuros Ray Ban modelo aviador e a terra vermelha está queimando dos dois lados da estrada.

Fiquei muito surpresa ao saber que Black Keys é uma banda americana formado por somente duas pessoas (vocalista/guitarra + bateria). Sim, um dupla! E Ernesto descobriu que El Camino foi um antigo lançamento da chevrolet, que é exatamente o estilo do Cadillac que eu imaginei. Se a banda fez intencionalmente, eles conseguiram transmitir a mensagem!

Espere o momento certo e escute o álbum inteiro. Você não vai se arrepender.

E das faixas, eu fiz um filme:

Lonely Boy: Você está se preparando pra sair de casa. Ritual de preparação. Cinto, jeans e jaquetas de couro preta. Bota. O Ray Ban modelo aviador. Você está pronto pra sair de casa.
Gold on the Ceiling: você finalmente entra em seu Cadillac e parte para o seu destino. A estrada está vazia e é início de tarde. Mas o caminho é longo. Só você, a estrada, e seus pensamentos.
Run Right Back: Você entrou no bar. A mesa de bilhar com o lustre irradiando a luz amarela em cima do tecido verde. Você pede o seu shot no balcão. Olhares mal encarados voltados pra você.
Sister: no bar, você encontrou quem estava procurando. E espera o momento certo para se aproximar.
Hell of a Season: você volta para o seu Cadillac. Sozinho. Já é noite. Muitos pensamentos passando pela sua cabeça.
Mind Eraser: Você está no estacionamento, parado ao lado de seu Cadillac, cigarro aceso na mão. O céu estrelado. E a pessoa esperada, inesperadamente, aparece ao seu lado para falar com você. Será que voltarão juntos pra casa? O resto fica por sua conta.

domingo, 11 de março de 2012

KASABIAN - Kasabian



Por Doris Borel

Melhor música do CD: L.S.F (Lost Souls Forever)

Escute o CD quando: você quiser um rock eletrônico pra entrar em outra dimensão

Prepare-se, quando você ouvir este álbum você vai viajar. Kasabian vai levar você para outro planeta, ou para uma balada à noite, em que você vai estar dançando na pista de olhos fechados com a luz negra brilhando em você.  Ou talvez vai fazer você se sentir andando de skate, em uma tarde sem sol. Feche os olhos, ligue o som bem alto e deixe o cd rolar. 

Eu simplesmente viciei. É o primeiro álbum do Kasabian e eu adoro quando a banda arrebenta de primeira.  Ele é um cd que combina mais com a noite, mas dá pra ouvir em qualquer hora do dia. É um álbum que desperta sensações. Exceto pela U Boat (que é a última faixa), gosto de todas as músicas.

Sobre algumas faixas (e as sensações):

Processed Beats: Quando eu escuto essa eu sinto que estou em uma rua vazia, num final de tarde sem sol andando de skate, com direito a camisa xadrez, calça larga e todo o resto.
Reason is Treason: Dançando sozinha na pista cheia, com a luz negra e luz verde brilhando, e o drink na mão.
I.D.: A música começa meio esquisita, mas aguenta que ela vai levar você longe. Viagem pura.
Orange: Expedição à Marte
L.S.F (Lost Souls Forever): Foi através dessa música que eu cheguei no álbum. Em uma versão do Mark Ronson fiquei curiosa pra saber de quem era o original, e voilà. Você vai querer dançar e ouvir a música de novo.
Running Battle: É noite, está frio e estou sozinha na rua, sem saber o que posso encontrar no caminho. Para onde você foi?
Cutt Off: a flautinha é demais e a batida é muito boa. Me se senti num filme!
Butcher Blues: deite no sofá, apague a luz e deixa rolar.

Por Ernesto


Para um devoto do grunge como eu, este “novo” Rock´n´roll nascido nos anos 2000 soa estranho nas primeiras notas. Efeitos eletrônicos, distorções vocais...Muitos enfeites... Eis um sinal dos tempos. Típico comentário de velho. Não há como negar, a música muda assim como o mundo. Sem preconceitos, encaremos o que há de novo.

Kasabian é a trilha sonora perfeita para um thriller policial cult. Sabe aquele roteiro de filme com perseguições, cenas cortadas, efeitos Matrix. Takes noturnos, boates, neon. Fumaça, muita fumaça. Ecos, sirenes. Corra!

Este não é um álbum apenas pra deixar rolar. Deve-se entrar no clima. Mas cuidado se o ambiente não permitir excessos. Você será rapidamente notado. Na mesa do trabalho? Nem pensar! No carro? Arriscado demais.

Se a música tem o poder de transportar o ouvinte pra qualquer lugar, Kasabian é o nosso ônibus espacial. Não se preocupe com a altura, apenas aproveite a viagem. Se tudo der certo a gente volta.

A música eletrônica tem esta qualidade. É capaz de criar atmosferas diferenciadas. Talvez por ativar nosso inconsciente ou por acessar locais no nosso cérebro que não utilizamos no dia-a-dia. Vai saber. E a maneira de unir elementos eletrônicos com instrumentos musicais é a fórmula mágica para que o som não pareça sintético. Neste álbum a banda soube como fazer. Por isto convidamos a todos para ouvirem.

Sobre as músicas do álbum, o objetivo final deste blog:

Club Foot: A abertura do filme. Quando os personagens são apresentados com seus nomes, na vida real, gravados na tela.

Processed Beats: A noite. A boate. O encontro com o chefão do crime. A negociação.

Reason Is Treason: A trama esquenta. Eles descobriram o plano! A perseguição. Primeiro a pé, até o furto do carro. Fuga em alta velocidade.

I.D.: Sob a luz da lua, a surra impiedosa. Eles o alcançaram. Será que sobreviverá?

Como a trama termina? Deixe o som acessar seu inconsciente.

Sirva-se, apague a luz e aperte o play.